sábado, 29 de agosto de 2009

A batalha da refinaria, ou: que crise ética, que nada!

Um rápido exercício de memória política.



Desde quando os caríssimos leitores e eu temos conhecimento do patrimonialismo, do nepotismo e do clientelismo atribuídos ao presidente José Sarney? Da inclinação dele a usar todo o seu poder para favorecer parentes e amigos?

Ora, desde sempre, não é mesmo?

Pois bem, por que será que, desta vez, as velhas práticas daquele que muitos acreditam ser o último coronel da política brasileira suscitam tão inétida indignação e tão universal repúdio?

Será que a consciência ético-cívica do conjunto da sociedade deu um gigantesco salto evolutivo nos últimos tempos, e ninguém nos avisou? Quem lê e aprecia as colunas do antropólogo Roberto DaMatta (Globo/Estadão toda quarta) e do sociólogo Alberto Almeida (suplemento cultural do Valor, sexta sim, sexta não) desconfiaria de tanto otimismo.

Parece haver algo mais no caso. E há.

Esse ‘algo mais’ é a projetada refinaria de Bacabeira, ainda a ser construída no continente, a 60 quilômetros de São Luís, mas que já colocou em campos opostos, o presidente Sarney e Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras, que, por nutrir sonhos de uma carreira política, preferiria levar a obra para a sua Bahia.

Trata-se, simplesmente, do maior projeto de investimento em infraestrutura da atualidade brasileira, estimado em 40 bi.

A governadora Roseana Sarney, costas aquecidas em Brasília pelo pai e pelo velho aliado Édison Lobão, ministro de Minas e Energia, está mobilizando toda a máquina do estado e o conjunto da tecnocracia maranhense para cumprir as exigências e os prazos contidos em um ‘caderno de encargos’ que Lobão lhe entregou em recente solenidade no Palácio dos Leões – evento a que, significativamente, Gabrielli não compareceu.

Roseana já providenciou, por exemplo, a desapropriação de uma faixa de terra com 60 quilômetros de comprimento por 90 metros de largura pela qual se estenderá o oleoduto a ligar Bacabeira ao porto de Itaqui.

A fim de se precaver contra o corpo-mole de burocratas ambientais petistas na delicada questão do licenciamento, Sarney acaba de obter do Executivo federal a troca da cúpula do Ibama no estado.

Tudo na futura refinaria é superlativo, a começar pelo número de empregos diretos a serem criados já na sua construção: 100 mil postos de trabalho.

Como gostam de dizer os técnicos, é um projeto ‘estruturante’, destinado a permitir um salto qualitativo da economia do estado que sempre disputou com as Alagoas do senador Renan Calheiros o triste título de unidade mais pobre da federação. Ninguém duvida de que, no rastro de Bacabeira, rapidamente erguer-se-á um pólo petroquímico em Itaqui, semeando variadas e sólidas cadeias produtivas com que nem mesmo o ufanismo de Gonçalves Dias ousou sonhar.

Corte rápido de volta à crise do Senado.

A cúpula baiana da Petrobras, respaldada pelo governador e antigo petroleiro Jacques Wagner, só poderia festejar o enfraquecimento político de Sarney em meio aos escândalos que não param de pipocar desde que ele foi eleito para presidir a Casa, pela terceira vez, em fevereiro deste ano.

Vazamentos de informações comprometedoras para ele e os seus aliados no PMDB e na burocracia do Senado seguem sendo laboriosamente perfurados pelos ‘porões’ peto-cutistas no Congresso e no Executivo e fomentando a revolta de senadores do PT contra a orientação do presidente Lula de proteger a qualquer custo o seu mais valioso parceiro na missão ‘Dilma 2010’.

Nesse contexto, a CPI da Petrobras, criada no átimo em que o vice-presidente tucano do Senado, Marconi Perillo, substituiu Sarney em uma providencial ausência, é o grande trunfo do baronato peemedebista para assegurar a gratidão do Palácio do Planalto. E, claro, a refinaria para o Maranhão.

Enquanto isso, a mídia não desistirá de imolar a imagem do estadista de Curupu no altar da ética política. Combustível jamais faltará para a pira sacrificial. Afinal, a Petrobras é anunciante para lá de generosa.

http://congressoemfoco.ig.com.br/noticia.asp?cod_canal=14&cod_publicacao=29377&filha=1

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Desastre do Governo Zé Reinaldo Maranhão é o penúltimo no ranking nacional


24/08/2009 - 18h24
Maranhão é o penúltimo no ranking nacional


Serrano do Maranhão, Bacuri e Matões do Norte entre os 10 piores do país.

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RIO DE JANEIRO - O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal(IFDM), criado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro para acompanhar a evolução dos municípios brasileiros e os resultados da gestão das prefeituras, apontou o Estado do Maranhão como o penúltimo do País. Com média nacional de 0,5720 (regular), conseguiu um índice acima de 0,6 que oclassifica no patamar de desenvolvimento moderado somente no item saúde(0,6250), com 0,5190 em emprego e renda e 0,5721 em educação.


São Luís e a cidade de Imperatriz continuam ocupandoa liderança do ranking no Estado. A capital subiu 11% no item emprego e renda, enquanto Imperatriz caiu 20%. Em educação, ambas caíram 3,4% e 1%, respectivamente, mas em saúde o crescimento foi significativo: mais 2,4 e mais 6,7%. Açailândia melhorou uma posição e agora é a terceira no ranking estadual. Em seguida estão São Raimundo das Mangabeiras e Paço do Lumiar.


Os dados considerados são de 2006. A média brasileira do IFDM foi de 0,7376, superior aos 0,7129 de 2005(alta de 3,47%). O IFDM considera indicadores de saúde, educação, emprego e renda e varia numa escala de 0 (pior) a 1 (melhor) para classificar o desenvolvimento humano. Os critérios de análise estabelecem quatro categorias: baixo (de 0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6), moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1) desenvolvimento humano.


O Estado do Maranhão tem três municípios entre os 10 piores índices nacionais no item emprego e renda (todos abaixo de 0,01). Numa lista com 5560 municípios, aparece em penúltimo lugar Matões do Norte, com oIFDM de 0,0455. Uma posição à frente, com 0,0577, aparece Serrano do Maranhão (5553º lugar), e depois Bacuri, com 0,0634. Com índices melhores em educação e saúde, mas também entre os piores, estão no final da lista geral de 217 municípios maranhenses São João do Soter, Primeira Cruz, Amapá do Maranhão e Brejo de Areia.


As informações são da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro

http://imirante.globo.com/noticias/pagina211876.shtml

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Estudantes fazem protesto e enterro simbólico de Jackson Lago e sua gang



Estudantes “enterram” Jackson, Zé Reinaldo e Weverton nas ruínas do Costa Rodrigues
Ter, 11/08/09por Décio Sá |categoria Política localOs estudantes marcaram seu dia hoje como uma série de protestos na cidade. Representanten de várias entidades e movimentos de juventude estão acampados en frente ao Palácio Laravardière (sede da prefeitura) desde à meia-noite desta terça-feira exigindo principalmente o passe-livre no transporte coletivo. Segundo Domingos Costa, da Associação Metropolitana dos Estudantes, por volta das 2h, a Guarda Municipal tentou retirá-los do local, formando uma pequeno tumulto. Os manifestantes começaram a registrar a confusão com máquinas fotográficas, o que inibiu os guardas.

Eles passaram o dia acampados na tentativa de conseguir uma audiência com o prefeito João Castelo (PSDB). Foram informados que o tucano está viajando. Tiveram audiência como uma comissão de secretários no meio tarde, o que não resolveu o problema. Eles prometem só deixar o local quando forem atendidos pelo prefeito.

No início da noite novo protesto, desta vez, no Centro da capital. Os estudantes fizeram o enterro simbólico dos ex-governadores Jackson Lago (PDT), José Reinaldo (PSB) e do ex-secretário Weverton Rocha (Esporte e Juventude). O local escolhido para o “sepultamento” foi o ginásio Costa Rodrigues, de cujas obras foram desviados R$ 5,3 milhões.

Aos gritos de “ão,ão, ão…cadeia para ladrão”, eles pediam punição para os responsáveis pelo desvio. Durante o ato, cobriram com uma lona preta três caixões simbolizando os ex-governadores e o ex-secretário na parte interna das ruínas do ginásio (Foto/Biaman Prado). Em seguida, eles abraçaram simbolicamente o Costa Rodrigues. Fazendo revezamento ao microfone, informavam estarem enterrando “toda patifaria do Jackson, Weverton e José Reinaldo”.

Segundo os estudantes, a “roubalheira” na Secretaria de Esportes e Juventude começou quando o ministro Carlos Lupi (Trabalho) liberou R$ 4 milhões a um ONG presidida pela mãe do ex-secretário para atuar no programa ProJovem no Maranhão. Denunciaram ainda que parte dos R$ 5,3 milhões desviados foram utilizados na compra de uma mansão no Olho d’Água onde mora hoje Weverton. “Ele quer ser candidato a deputado federal usando o dinheiro roubado do Costa Rodrigues”, discursaram.
Estudantes fazem protesto contra o governo Jackson.

Empunhando velas e caixões, estudantes realizaram ontem o enterro simbólico do ex-governador Jackson Lago, José Reinaldo e do ex-secretário de Esporte e Juventude, Weverton Rocha, em frente às obras paralisadas do Ginásio Costa Rodrigues, no centro de São Luís. O ato de protesto fez parte de uma mobilização do Movimento Unido de Jovens de Atitudes (Muja) no Dia do Estudante com o objetivo de conscientizar a classe para exigir a prestação de contas do governo Jackson, em que foi constado o desvio de R$ 5,3 milhões das obras de recuperação do ginásio.

A obra foi embargada desde o dia 13 do mês passado pelo secretário de Esportes e Juventude, Roberto Costa. Os manifestantes querem uma posição das autoridades sobre o escândalo gerado no governo Jackson Lago e na gestão do ex-secretário Weverton Rocha.

O protesto foi organizado pelo Muja, que congrega diversas entidades estudantis da capital e do interior do estado. Desde o começo da semana, o Movimento vem colhendo assinaturas em um abaixo-assinado para exigir que os responsáveis pelo desvio sejam julgados e o dinheiro ressarcido. “Já levantamos mais de 2 mil assinaturas e a expectativa é que ultrapasse 3 mil. Depois de recolher todas as assinaturas, vamos encaminhá-las para o Ministério Público e órgãos competentes para que a obra de reforma do ginásio seja retomada o mais rápido possível”, disse Denilsson Costa, um dos coordenadores do Muja.

A obra de reforma do ginásio Costa Rodrigues teve seu estado de emergência decretado ainda em novembro de 2008 e em janeiro de 2009 as obras foram iniciadas. Apesar do grande volume de dinheiro já pago a Maresias Construções, construtora responsável pela obra, o ginásio apresenta poucos avanços, apenas os pilares de sustentação foram levantados. A manifestação terminou com um abraço dos estudantes no ginásio Costa Rodrigues.

Os protestos vão continuar até às vésperas da abertura dos Jogos Escolares Maranhenses (JEMs), sexta-feira.

“Já está confirmado para quinta-feira ( amanhã) uma caminhada dos estudantes, que sairá da Escola Gonçalves Dias até a Praça Deodoro, às 17h. Em seguida teremos um ‘ato-show’ com a participação do Bicho Terra. O ato será um instrumento para reunir mais assinaturas de adesão”, anunciou Denilsson Costa.

http://imirante.globo.com/oestadoma/noticias/2009/08/12/pagina159072.asp