Não quero aqui ser contra a proposição do deputado Roberto Costa, que está no direito de suas prerrogativas em pedir uma Comissão de Inquérito Parlamentar, com o objetivo de investigar o sumiço dos R$ 75 milhões pela Prefeitura de São Luís.
Não teoricamente. Para que serviria na prática essa CPI? CPIs nunca chegaram a nenhum denominador comum… Muitas não servem pra nada, apenas gerando custos e perdendo tempo.
Em minha opinião, CPI foi invenção dos políticos com a finalidade de impedir que os ilícitos praticados por eles fossem apurados pela Polícia Federal, pelos órgãos fiscalizadores e pela Justiça.
Então vejamos: O destino desse dinheiro (R$ 75 milhões) já foi rastreado e o escambau… Nada foi encontrado, isso desde 2009. Querem uma CPI para saber onde está o dinheiro? Ora bolas!!! A principal testemunha faz parte do parlamento, a deputada Gardênia Castelo. Ela sabe mais que ninguém o destino do dinheiro. Precisa de uma CPI com custos para saber? Basta que a própria deputada seja questionada exaustivamente por seus pares. Por outro lado, o Ministério Público e a própria Polícia tem que investigar, pois se o dinheiro sumiu desde 2009, o prefeito já prestou contas e essa prestação está no TCE… Com certeza contadores e auditores sabem que a conta é simples: crédito menos debito, ou seja, todo crédito entra na conta, se foi usado estará à comprovação do debito e se não foi utilizado, o dinheiro continua no ativo da Prefeitura (crédito).
Nesse caso, sugiro aos deputados que solicitem do TCE as prestações de contas da Prefeitura de São Luís referentes aos anos de 2009 e 2010. Essa iniciativa não pode partir do TCE, ele precisa ser provocado.
Contudo, o deputado Roberto Costa (PMDB) foi mais uma vez à tribuna pedir explicações sobre o sumiço dos 75 milhões das contas da prefeitura de São Luís. Desta vez, o deputado anunciou também, que vai dar entrada a um pedido de para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Costa relatou que esteve na ultima-quarta no Ministério Público para dar entrada na ação que vai investigar o caso, já que o prefeito de São Luís não se manifestou sobre o caso. “Ontem (16), estive em audiência com a Dr.ª Fátima Travassos, Procuradora Geral, entramos com uma representação para que o Ministério Público possa entrar neste caso, que tem sido uma grande interrogação hoje na cidade de São Luís e no Maranhão. Nós fizemos uma denúncia, há mais de 7 dias, daqui desta tribuna, a respeito do sumiço e até agora o Senhor Prefeito João Castelo não veio a público dar um esclarecimento para a população de São Luís” afirmou o parlamentar.
Quanto à oposição do deputado Marcelo Tavares em dizer que essa CPI deve investigar os anos de 2009, 2010 e 2011. Acho que deveriam investigar. Contudo, os anos que mais precisam ser investigados são os de 2005, 2006, 2007 e 2008, exatamente no governo de José Reinaldo.
Para facilitar a vida do parlamento e, assim, as coisas deixarem de hipocrisias politiqueiras, o próprio deputado Marcelo Tavares, que aparece como paladino da ética e da moralidade, dizer da tribuna como funcionava de fato o Comitê Financeiro do governo do seu tio, que tinha sua ex-esposa como presidente. Justificar como um governo conseguiu comprar por inexigibilidade, pelo preço de R$ 20 milhões, livros didáticos de uma editora de fundo de quintal lá do Paraná, isso em agosto, ficando caracterizado que não seria útil para aquele ano letivo.
Marcelo poderia dizer como foi que o governo José Reinaldo conseguiu fazer um convênio com uma fabrica de coxinha de galinha (da irmã de Deuselene – localizada no Renascença), por R$ 1 milhão, para estimular o esporteem Alto Alegredo Maranhão. Os convênios milionários com a Fundação Maria Raimunda, esposa do ex-prefeito de Chapadinha. Os convênios estapafúrdios com os municípios de Caxias e Tuntum.
Quanto as mais de 400 estradas fantasmas (vicinais), o jornalista Policarpo Junior (Veja) rodou todo o Maranhão e não encontrou nenhuma, coisa que gerou uma matéria na Veja e uma coletiva do próprio José Reinaldoem Brasília. Euingressei com uma ação popular, cujo resultado foi uma armação, porém o próprio cunhado e tio, Domici, levou a culpa de tudo, quando apenas atendeu as ordens do casal Tavares. Domici chegou a ter problemas cardíacos.
Seria importante Marcelo Tavares dizer onde foi parar os 30 milhões de dólares que pediram como empréstimo do Banco Mundial, com o objetivo de acabar com a pobreza no Maranhão. Usando como propaganda um vigia de Rua do Recanto dos Vinhais, como se ele fosse um agricultor, além de usar estudantes para fazer aquela patacoada em Brasília.
Marcelo deveria comentar os motivos que levaram seu tio José Reinaldo a firmar um acordo espúrio para pagar a Camargo Correa.
Quanto a Operação Navalha, Marcelo quer colocar o Gaguinho no rol dessa operação da Polícia Federal, pois sabe que o chefe da quadrilha é o seu tio. Ora bolas!!! Se Gaguinho ligou ou não ligou, isso não interessa, visto que não faz parte da investigação que cominou na Operação Navalha, da qual ele não fez parte do esquema, por isso não foi indiciado e preso como José Reinaldo e o resto da quadrilha. A Operação Navalha no Maranhão foi restringida apenas as pontes que não vão e vem de lugar algum… Marcelo sabe disso, mas usa esse papo que não diz nada a respeito do processo que corre no STJ.
Quanto às ilicitudes no governo Jackson Lago, basta chamar a ex-deputada Telma Pinheiro, para explicar como se deu o consumo de milhões – sem licitação e não com dispensa de licitação – da reforma do Castelão, da barragem do Bacanga, da Ponte José Sarney. Sobre o Costa Rodrigues… Essa está mais que esclarecida. O resto é só convocar o Aziz Santos e o Aderson Lago.
Sobre o governo Roseana, o secretário Ricardo Murad esteve na casa para prestar esclarecimento e o deputado Marcelo Tavares se acovardou, visto que não procurou argüir as denúncias de ilicitudes, deixando para falar do secretário no outro dia, quando não estava mais presente para prestar esclarecimentos. A Caema já esteve na Casa, o secretário de Segurança já esteve na Casa diversas vezes… Então que convoquem mais secretários e que façam perguntas diretas e contundentes, como: no processo tal houve favorecimento; houve desvio de dinheiro; a corrupção tomou conta da sua pasta… Agora ficar no blábláblá não vai levar a lugar algum.
Portanto, que a Assembléia deixe de hipocrisias e charadas idiotas que não levam a nada…