quarta-feira, 4 de maio de 2011

João Buracão Ninguém agüenta mais

 

Ninguém agüenta mais prefeito João Caostelo



Enviar

Hoje é dia de...Joaquim Itapary

A situação de São Luís não tem mais jeito. Para desgraça geral, o nível de degradação física da cidade atingiu ponto mais baixo. Aqui tudo está desorganizado, caótico, descontrolado, sem rumo, como um barco sem leme e sem timão perdido na procela da incompetência. Os conceitos de autoridade e ordem estão desmoralizados, definitivamente. Ninguém respeita a ninguém. É a zorra total, da qual alguns se aproveitam para o roubo de dinheiros do erário. Em se tratando da recuperação urbana da Capital e do planejamento de sua modernização, até mesmo os mais empedernidos otimistas não acreditam mais em promessas oficiais tantas vezes anunciadas e jamais executadas. Não há um só dia em que não se leiam ou se ouçam promessas de novas avenidas, criação de modernos sistemas de transporte coletivo, de alargamento ou prolongamento de avenidas, construção de pontes, recuperação do patrimônio cultural edificado, restauração de praças, renovação do pavimento de vias, construção de hospitais, abertura de escolas públicas, criação de cursos técnicos superiores, implantação de esgotos sanitários, de abastecimento d’água, de saneamento ambiental, de iluminação pública. Mas, já faz muitos anos que os orçamentos públicos de consomem e nada, absolutamente nada, passa da promessa fácil ou do papel que tudo aceita para a realidade. Há mesmo um indisfarçável ar de deboche na cara dos porta-vozes dessas promessas. Todo mundo já está no limite de sua tolerância. E assim, a cada vez que sai de casa para ir ao trabalho ou à escola, às compras ou ao lazer, a paciência do cidadão esgota-se, convertida em justa indignação, diante do absurdo quadro de abandono em que a se cidade e seu povo de se encontram. Há um surdo, mas indissimulável sentimento de revolta que se não exprime e extravasa em atos coletivos de rebelião e desobediência civil simplesmente por falta de canais de expressão realmente livres – imprensa, sobretudo – e de lideranças políticas autênticas e confiáveis, capazes de canalizar tanta insatisfação recalcada, tamanha desesperança e tão profundo desencanto com os políticos em cena. Esse fato e, decerto, a anestesia da bolsa-família retardam a ignição do rastilho que poderá detonar elementos dotados de força incontrolável. Entretanto, há sinais claros de que estamos diante de uma situação explosiva. A interdição de ruas e avenidas, a criação de barreiras, as passeatas nos subúrbios e vilas rurais, o uso do fogo em pneumáticos como obstáculo ao tráfego de veículos, diariamente vistos na mídia, são evidências de um estado de ânimo coletivo excitado e quase belicoso. Não restam dúvidas de que, por enquanto, são fatos correntes em comunidades, bairros ou vilarejos isolados; todavia, de um momento para outro, em instante absolutamente imprevisível, esses movimentos espontâneos podem se interligar e, organizados de modo coeso, transformar-se em movimento coletivo popular de difícil contenção e gravíssimas conseqüências. Então, nenhuma autoridade publica escapará imune da execração pública, e até de violências decorrentes de eventual descontrole e exacerbação de ânimos, pouco interessando ao povo qual o âmbito dos respectivos mandatos. Quem foi eleito para administrar os interesses coletivos que trate de assumir suas funções, de fato e com a maior eficiência possível. Chega de incúria e desídia. Nas sociedades democráticas, o certo é que cada cidadão cumpra o seu dever do voto e o político trate com seriedade e responsabilidade o mandato que o cidadão lhe outorgou. Nas democracias, a cada voto obtido corresponde um dever de ação, uma obrigação de governo. O certo é que os reis reinem; os presidentes presidam; os governadores governem; os prefeitos administrem. Do contrário, que abdiquem o trono ou renunciem o mandato. O que não podem é prejudicar a sociedade fazendo de contas que reinam, simulando que governam, fingindo que administram.

jitapary@uol.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário