quarta-feira, 4 de março de 2009

Grande maioria?!

O governador Jackson Lago disse que vai recorrer da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que lhe cassou o diploma por cinco votos a dois - quatro votos por abuso de poder político e uso da máquina pública e um por compra de sufrágios. E justificou a decisão de recorrer dizendo ser seu dever defender o mandato, por ter sido dado “pela grande maioria do povo maranhense”.
Mais uma vez, o chefe maior do PDT insiste em disseminar o factóide segundo o qual ele é detentor do apoio da “grande maioria” do eleitorado maranhense. Parece ter sempre em mente a necessidade compulsiva de subestimar a inteligência dos seus conterrâneos, como se não se desse conta de que eleição é coisa séria e que os números saídos das urnas estão registrados em inúmeros documentos distribuídos pela Justiça Eleitoral.
Para começar, o que o ainda governador Jackson Lago chama de “grande maioria” são meros 97.874 votos, num contexto eleitoral que envolveu nada menos que 2.689.634 votos. Se isso é a “grande maioria” do povo maranhense, o conceito de maioria deve ser imediata e radicalmente redefinido. Ou então o governador não sabe o que significa “grande maioria” no resultado de uma disputa eleitoral.
Se usasse honestamente o conceito de “grande maioria”, o governador certamente lembraria a “surra” que recebeu no turno inicial da eleição de 2006: enquanto Roseana Sarney saiu das urnas com o aval de 1.282.053 eleitores, Jackson Lago obteve apenas 933.089, uma vantagem de 348.964 votos para a senadora. Isso significou mais de três vezes a magra diferença que ele conseguiu no segundo turno, fruto do esquema montado pela “cooperativa” de candidatos comandada pelo então governador José Reinaldo Tavares.
Expostos os números, é lícito afirmar que o governador Jackson Lago falseia a realidade quando diz que foi eleito pela “grande maioria” dos maranhenses.

http://imirante.globo.com/oestadoma/colunas/est_maior/

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