Dom, 28/12/08
por Marco D'Eca
categoria Cassação de Jackson Lago
Deve pousar nos gabinetes dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral, agora em janeiro, uma espécie de adendo, ou aditivo, ao processo que pede a cassação do governador sub-judice do Maranhão, Jackson Lago (PDT), e do seu vice, em igual situação, Luiz Carlos Porto (PPS).
Trata-se da relação de contratos, com detalhes sobre valores, empresas beneficiadas e finalidades. Muitos pagos integralmente no governo anterior ao de Jackson - e que irrigaram sua campanha. Boa parte, no entanto, foi paga pelo próprio governador sub-judice, imediatamente após sua posse. Espécies de cumprimentos de acordos eleiorais.
Embora não possa ser oficialmente adicionado ao processo, este anexo pode ajudar a formar a convicção dos ministros contra a imagem de “bom velhinho” que Jackson Lago usa lá fora para convencer incautos - desinformados, tolos ou senis - a assinar manifestos em seu favor.
E mostrarão, também, que a corrupção que levou Jackson ao poder, continuou com sua presença no Palácio dos Leões.
Estes dados poderiam ter sido usados na explanação oral dos advogados que processam Jackson, o que não foi possível por falta de tempo durante a sessão que resultou já no primeiro voto pela sua cassação. Mostraria, por exemplo, que o governador sub-judice, além de ter participação direta na picaretagem, acabou ele próprio honrando compromissos fajutos.
Tanto que foi fisgado na Operação Navalha e só não foi pra cadeia - como José Reinaldo Tavares (PSB) - porque a ministra do STJ que concedeu os mandados se equivocou com a lei maranhense.
Foi Jackson Lago, já na função de governador - agora sub-judice -quem ficou responsável, por exemplo, em honrar os contratos fajutos com a Construtora Gautama. Assinou, em março e abril de 2007, Ordens de Pagamento que somaram quase R$ 20 milhões à Gautama, por pontes ligando o nada a coisa nenhuma ou que nunca sairam do papel.
Fazia parte do acordo com José Reinaldo.
Afinal, foi o dinheiro desviado dos contratos de araque com Zuleido Veras - e outros magnatas, como Lourival Parente, da Petra - que irrigaram a campanha do governador sub-judice.
Os contratos fajutos mostram também que a corrupção e a roubalheira que levaram jackson Lago ao poder não pararam com sua posse. Pelo contrário, iniciaram um nova fase, agora de ajustes de contas - como numa máfia - com aqueles que lhe deram as condições de comprar os votos necessários à sua eleição.
O “bom velhinho” sabia exatamente o que estava fazendo, quando assinou as liberações milionárias e corruptas à Gautama, quando apareceu no sistema de vídeo de um hotel de Brasília exatamente na hora em que seus sobrinhos combinavam propina com os donos da construtora, e quando encaminhou à Assembléia aditivos a contratos com Zuleido Veras e seu bando.
São nuances outras de uma eleição comprada com dinheiro do povo, espécies de acertos de contas posterior ao benefício da vitória.
Vitória esta agora sub-judice na justiça Eleitoral e comportamento este sub-judice também na Justiça Comum. E que, além de defenestrar Jackson do Poder, pode levá-lo à cadeia por corrupção.
Eleitoral e administrativa…
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