quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Déficit de esgoto e água é falta de investimento


O diretor operacional da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), Cristovam Dervalmar Teixeira Filho, afirmou ontem que o déficit no fornecimento de água e de coleta de esgoto em São Luís é fruto da falta de investimento da empresa nos últimos anos e que seriam necessários investimentos de, pelo menos, R$ 800 milhões para resolver o problema. Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado terça-feira, dia 24, constatou que 42,03% dos moradores de São Luís não têm acesso à rede coletora de esgoto e outros 21,17% não têm abastecimento de água.

De acordo com Cristovam Filho, durante a primeira administração de Roseana Sarney (PMDB), foi elaborado um Plano Diretor de Saneamento, o qual não foi dado continuidade durante os governos de José Reinaldo Tavares (PSB) e Jackson Lago (PDT) e isso agravou um problema que já existia em São Luís. O Plano Diretor contemplava a construção de mais Estações de Tratamento de Esgoto (ETA), a implantação de redes coletora e interceptora de esgoto.

Em 2002 foi inaugurada a ETA do Jaracati e no ano seguinte a do Bacanga. Porém, nenhuma outra foi construída nos anos seqüentes e mesmo estas, que foram inauguradas, nunca funcionaram. "A Caema, no primeiro governo Roseana, fez todo o Plano Diretor para o sistema de esgotamento sanitário. Só que isso não se concretizou em sua plenitude. Os outros governos não deram continuidade (a implantação do Plano Diretor)", disse Cristovam Filho. "São investimentos na área de saneamento que não ocorreram nos últimos anos (a motivação para o grande déficit na rede de esgoto de São Luís)", ponderou.

Ainda no que diz respeito ao esgoto, a Caema espera amenizar o problema após as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), destinadas à ampliação do sistema de esgotamento sanitário, que estão sendo realizadas na região do Anil, Cohafuma e Alemanha. Nestas áreas, também devem ser construídas ETAs. A Caema também já iniciou a recuperação da ETA do Jaracati e está em via de iniciar a reforma da Estação do Bacanga.

Água - Sobre o déficit de abastecimento de água em São Luís, apontado pelo estudo da Fundação Getúlio Vargas, o diretor operacional admitiu que São Luís "vive um drama". "O Sistema Italuís, que está com 27 anos, precisa de intervenções. Precisamos fazer novos investimentos, aumentar nossa capacidade de produção (de água), combater o índice de desperdício de água (maior que 40%) e fazer a implantação de redes. Esse déficit, em torno de 22% que se fala, está ligado à falta de implantação de redes de água", analisou o diretor operacional da Caema.

Segundo Cristovam Filho, para amenizar os problemas com a falta de água em São Luís, a Caema está realizando a manutenção de poços, recuperando o sistema de abastecimento de água já existente e fazendo pequenas ampliações da rede. Cristovam Filho citou como exemplo a perfuração de poços no João Paulo e Parque Amazonas. "Depois que a Caema voltar a ter sua capacidade nominal de operação, vamos, a médio e longo prazos, partir para os investimentos que são necessários para se ampliar o sistema", disse.
http://imirante.globo.com/oestadoma/noticias/2009/11/26/pagina165701.asp

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