sábado, 14 de novembro de 2009

Governo estadual está concluindo obra da ponte sobre Rio Tocantins


João Rodrigues




Da Editoria de Estado
Imperatriz - Começou a contagem regressiva para a conclusão das obras de construção da ponte sobre o rio Tocantins executadas pelo Governo do Estado com modesta participação do governo tocantinense. A construtora Constran, responsável pelos serviços, anunciou que trabalha com a possibilidade de concluir as obras até o dia 20 deste mês e a expectativa é de que até o dia 1º de dezembro a governadora Roseana Sarney entregue a ponte à população.

A ponte (ainda sem nome oficial), que interliga Imperatriz, no sudoeste do Maranhão, a São Miguel, no estado do Tocantins, na região do Bico do Papagaio, é um dos maiores empreendimentos realizados pelo governo maranhense e sua conclusão faz parte de um pacote de ações que vem sendo desenvolvido pelo Executivo estadual.

As obras de construção da ponte tiveram início em outubro de 2007 e chegaram até a serem inauguradas pelo então governador Jackson Lago, mesmo sem condições de tráfego.

Continuidade - Ao assumir o Governo do Estado por determinação da Justiça Eleitoral, a governadora Roseana Sarney deu continuidade às obras que somente agora estão chegando ao fim. Naquela época, faltavam correções e melhorias cruciais na ponte, como o acesso da BR-010 até a cabeceira da edificação, além de medidas, como o pagamento de indenizações de pelo menos um imóvel, que foi retirado da área para construção da ponte.

Em visita recente à cidade para vistoriar as obras, o secretário de Infra-Estrutura, Max Barros, avaliou que existiam muitas pendências deixadas pelo governo anterior, que foram solucionadas, como a colocação de uma junta de dilatação para que as lajes da ponte não ficassem se atritando; o recapeamento asfáltico e o acesso da cabeceira até a BR-010 na saída da cidade, sentido Porto Franco.

O secretário ressaltou que a obra tem uma importância muito grande como fator de desenvolvimento econômico de Imperatriz e região. O acesso que está em fase de conclusão mede 2,6 km e para fazê-lo, o Governo do Estado teve de aterrar uma área e construir uma ponte sobre o riacho Cacau.

Asfaltamento - De acordo com dados fornecidos pelos engenheiros Marcos Vinícios Bortsatto e Thais Vieira na semana passada, já foi concluído o asfaltamento das vias, rotatória e paisagismo. Atualmente, operários de uma empresa terceirizada fazem o acostamento e a sinalização vertical e horizontal, como placas e faixas e os sinalizadores conhecidos como “olho de gato”.
O secretário Extraordinário do Sul do Maranhão, Adhemar Freitas, ressaltou que a ponte ganhará, ainda, iluminação especial, que ele definiu como iluminação artística. Ele informou que o posteamento para a iluminação pública está em andamento.

“Além de interligar os dois estados, a ponte vai facilitar o acesso do povo do Tocantins a Imperatriz. Essa ponte vai fortalecer a economia de Imperatriz em função de que haverá fluxo maior de transporte e de produtos, sem falar que é uma obra que será o cartão-postal de Imperatriz”, ressaltou Adhemar Freitas. Ele também destacou que as obras da ponte sofreram correções e ganharam melhorias no governo Roseana Sarney.

Em nota oficial, a Secretaria Extraordinária do Sul do Maranhão disse que as obras da ponte consumiram R$ 98 milhões e exigiram, pelo menos, mais R$12 milhões para as vias de acesso e uma ponte intermediária sobre o riacho Cacau. Além disso, um valor ainda não estimado foi gasto em indenizações que deixaram de ser feitas no governo anterior.

A previsão é que, ao entrar em funcionamento, mais de 6 mil veículos passarão por dia pelos acessos e sobre a ponte sobre o Rio Tocantins, que liga os estados do Maranhão e Tocantins.

Movimentação - O Estado percorreu o setor de maior movimentação no Porto das Balsas em busca de depoimentos das pessoas que trabalhavam naquela área. Comerciantes, taxistas e proprietários de vans se mostraram preocupados com o futuro pós-inauguração da ponte sobre o Rio Tocantins.

“Agora vamos ter que aguardar o que o presidente da nossa associação (Juscelino Pereira da Silva) vai dizer. Tem uma ação da Jamjoy contra a gente. Eles alegam que carregamos passageiros dentro do Maranhão e agora vai ficar mais difícil para nós. Vamos ver o que vai ser resolvido”, disse Adilson Pereira da Costa, dono de van.

O motorista adiantou que os “vanzeiros” pleiteiam um posto nas imediações da cabeceira da ponte no lado maranhense. Ao todo, 41 vans fazem ponto no Porto das Balsas. O motorista de van Valdemar Cordeiro da Silva disse que atua no Porto das Balsas há mais 16 anos e também torce para um novo ponto. “Precisamos que arranjem outro lugar para nós”, solicitou o motorista.

O comerciante João Vital [João do Coco], que mantém um estabelecimento comercial na rua Luís Domingues há 25 anos, já tomou uma decisão: vai tentar levar a loja para outro local. Segundo ele, com a ponte, o posto fiscal vai mudar de endereço e todas as atenções vão se voltar para a ponte.

“Eu vou procurar um outro lugar para mudar porque aqui não vai dar”, disse o comerciante.

Estrutura

- Comprimento da ponte sobre o Rio Tocantins: 1.020m

- Tabuleiro de 16m, sendo duas pistas de 4,95m e dois passeios de 3,05m
- Mastros dos estais: 60m

- 85 vigas pré-moldadas e protendidas, 40 de lado do Maranhão e 45 do lado do Tocantins

- 21 Apoios

- 20 vãos

- Vão central navegável: 140m

- Vão adjacentes: 60m

- Demais vãos: 45m
- Volume de concreto: 22.000m³

- Peso de aço: 2.500t

- Fundação em estaca escavada, 94 estacas, totalizando 2.900m em estacas

- Volume de concreto nas estacas: 5.000m³

- Peso do aço nas estacas: 275.000kg

- Ponte sobre o rio Cacau: 90m

- Extensão do acesso a BR-010: 2,6 quilômetros

- Volume de aterro: 500.000m³

- 88 estatais
Balsas vão deixar de trafegar

Depois de mais de 20 anos, a operadora na travessia do rio Tocantins entre Imperatriz e São Miguel (TO), a empresa Pipes, cujas letras representam as iniciais do nome de seu proprietário, anunciou que deixará o município logo que a ponte entrar em atividade.

O gerente da empresa, Jaime Fonseca, disse que ainda vai deixar uma balsa trafegando pelo rio por uma semana para testar a reação das pessoas, mas está certo que terá mesmo de trocar o município por outro onde for possível operar.

No geral, a empresa Pedro Iran Pereira do Espírito Santos (Pipes) emprega quase 2 mil funcionários em mais de 60 portos do país, mas em Imperatriz são 65 trabalhadores, que já assinaram aviso prévio. “De repente pode ser que se aproveite alguns em outros portos. A gente vai tentar ajudar esse pessoal, mas a grande maioria vai ficar desempregada mesmo”, sentenciou o gerente.

Jaime Fonseca disse que, ao deixar Imperatriz, a Pipes ainda não tem um local para atuar, mas isso não preocupa a direção da empresa. “Isso não é problema porque o planeta Terra é composto por um terço de água, então há muita opção para embarcações. Estamos escolhendo o que é melhor para a gente”, frisou o gerente.

O gerente reconheceu que a construção da ponte é um avanço muito grande para o município. “O Governo do Maranhão não fez ponte só para os maranhenses, essa ponte vai beneficiar o povo do Tocantins também”, avaliou o gerente da Pipes.

O funcionário da Pipes, Raimundo Nonato Pereira da Silva, assinou recentemente o aviso prévio. Ele disse que perderá o emprego de dois anos, mas compreende que o município terá maior desenvolvimento.
http://imirante.globo.com/oestadoma/noticias/2009/11/15/pagina165064.asp

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