O Produto Interno Bruto (PIB) do Maranhão - soma de todas as riquezas produzidas pelo estado – atingiu R$ 31,606 bilhões em 2007, representando um crescimento real de 9,1%, segunda maior variação no país e primeira no Nordeste. Os números do PIB foram divulgados ontem pela Secretaria de Planejamento e Orçamento, pelo Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O valor do PIB maranhense, na série 2002-2007, dobrou em cinco anos. Em 2002, somava R$ 15,449 bilhões. Em relação a 2006, houve um incremento de R$ 2,986 bilhões, resultado gerado pela dinâmica da economia, especialmente pelo setor privado.
Para o secretário de Planejamento e Orçamento, Gastão Vieira, o aumento do PIB estadual é uma demonstração clara de que o Maranhão está em pleno momento de crescimento, é um estado viável e soube aproveitar as oportunidades antes da crise financeira.
“O Maranhão é um estado viável. Ficou em segundo lugar em crescimento do PIB em relação aos demais estados brasileiros. Este avanço demonstra que o estado tem um dinamismo próprio, levando em consideração que recebeu pequenos investimentos nos últimos dois governos. A proposta é aumentar a participação do Governo do Estado em ações que se refletirão nos próximos levantamentos”, afirmou o secretário.
Segundo Gastão Vieira, a perspectiva é de que o Maranhão alcance índices ainda maiores de crescimento nos próximos anos, tendo em vista os grandes projetos em instalação no estado e a política de investimentos públicos que está sendo empreendida pela governadora Roseana Sarney.
Atividades - As atividades que mais contribuíram para o crescimento do PIB estadual foram a mínero-metalurgia e o agronegócio, a exemplo da produção de ferro-gusa, alumina calcinada, alumínio não ligado, liga de alumínio e soja, que tiveram importante participação na pauta exportadora do Maranhão em 2007.
De acordo com os dados divulgados ontem, o Maranhão só foi superado em termos de crescimento do PIB por Mato Grosso (11,4%). No entanto, o estado teve desempenho melhor que grandes economias do país, como o Espírito Santo, que cresceu 7,8% (3ª maior variação), São Paulo (7,4%) e Mato Grosso do Sul (7%).
Apesar do crescimento, a participação do estado no Produto Interno Bruto nacional é de apenas 1,19%, número que representou uma queda em relação a 2006, quando o Maranhão respondia por 1,21% do PIB do país.
O crescimento do PIB para R$ 31,606 bilhões também não foi suficiente para melhorar a posição do estado no ranking que desde 2004 mantém-se em 16º lugar.
O chefe da unidade do IBGE/MA, Marcelo Melo, destacou que o crescimento do PIB maranhense ficou acima da média brasileira, mas ressalta que esse crescimento é setorial. “Especialmente a agropecuária, que apresenta um número bastante significativo”, explicou.
Per capita – O PIB per capita do Maranhão, embora tenha saltado de R$ 4.627,71 em 2006 para R$ 5.165,23 em 2007, ainda ocupa a penúltima posição entre todos os estados, segundo informou o diretor de estudos e pesquisas do Imesc, Sadick Nahuz.
De 2002 a 2007, enquanto a variação nominal acumulada do PIB per capita do Brasil cresceu 57,8% e no Nordeste 58,3%, o Maranhão se destacou com aumento de 72,1%. O ano de 2007, no entanto, foi o único período da série em que o crescimento do PIB per capita do estado (11,6%) foi menor que o do Nordeste (12,0%) e o do Brasil (14,0%).
Serviços têm a maior participação no índice
O PIB do Maranhão tem no setor de serviços a maior participação, com um valor adicionado bruto de 63,5%. Em seguida, vem a atividade agropecuária, que responde por 18,6% do PIB estadual e o segmento industrial, com 17,9%.
Das três atividades, a agropecuária foi a única que evoluiu em 2007, comparado a 2006, saltando de uma participação de 16,6% para 18,6%. O avanço é atribuído aos desempenhos da silvicultura e exploração florestal e pelo cultivo da soja, cujos crescimentos foram de 38,8% e 12,4%, respectivamente.
A atividade de silvicultura e exploração florestal registrou expansão das matas plantadas de eucaliptos e da produção de carvão vegetal em 54,3%. A soja obteve um crescimento de 32,5% em volume.
Esse crescimento da silvicultura e da exploração florestal em detrimento de outras atividades, preocupa o presidente do Imesc, Fernado Barreto. “Essa exploração pode trazer problemas no futuro”, disse, referindo-se à questão ambiental.
O setor industrial, apesar do crescimento de 12,4%, registrou queda na participação do PIB, saindo de 19,6% em 2006 para 17,9% em 2007. O resultado positivo em crescimento em volume foi influenciado pela indústria extrativa mineral, serviços industriais de utilidade pública (distribuição de água, luz, limpeza urbana) e construção civil.
A atividade de serviços teve o crescimento em volume influenciado pela atividade de comércio e serviços de manutenção e reparação, atividades imobiliárias de aluguel, transporte, armazenagem e correios.
PIB
Calculado pelos órgãos de estatísticas estaduais em parceria com o IBGE e divulgado simultaneamente em todas as unidades da federação, o PIB apresenta dois anos de defasagem porque os cálculos se baseiam em pesquisas estruturais que só são disponibilizadas dois anos após o ano de referência.
http://imirante.globo.com/oestadoma/noticias/2009/11/19/pagina165293.asp
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